terça-feira, 17 de abril de 2012

Após denúncias de arrecadação de dízimos em presídios, Igreja Universal teria “resgatado” provas de dentro do Fórum

Após denúncias de arrecadação de dízimos em presídios, Igreja Universal teria “resgatado” provas de dentro do Fórum
Após a  denuncia de que a igreja estaria cobrando dízimos dos presos para mantê-los na ala evangélica de uma penitenciária em Cuiabá, no Mato Grosso, outra denúncia relacionada à atuação da denominação em presídios é investigada pelo Ministério Público do estado.
Segundo informações do site 24 Horas News, as provas da arrecadação da Universal nos presídios foi “resgatada” de dentro do Forum antes de uma avaliação que o MP faria na documentação da contabilidade da igreja.
O promotor Célio Wilson de Oliveira, da Vara de Exceções Penais, responsável pelo caso, suspeita de que tenha havido vazamento de informações, o que possibilitou que as provas fossem “roubadas”, atrapalhando assim as investigações. O processo corre em segredo de Justiça, de acordo com o promotor.
Oliveira afirma ainda que o vazamento da informação e o resgate da documentação foi feito em 24 horas, pois o protocolamento do pedido da representação contra a IURD foi feito às 13h00 do dia 11/04, e às 13h00 do dia 12/04, a documentação já havia sido entregue como “carga” ao advogado de defesa da igreja. Quando o promotor chegou ao Fórum para saber se o juiz havia autorizado a busca, foi surpreendido com a informação de que a documentação estava em posse da defesa da Universal.
Segundo o promotor, a equipe do MP ainda correu para tentar fazer avaliações antes que as provas fossem apagadas: “Nem sei se deu tempo, mas esperamos ter salvo pelo menos alguma coisa dos arquivos e documentos contábeis”, afirma Oliveira.
Porém segundo o G1, o juiz Roberto Seror, titular da 2ª Vara Criminal, explica que não houve por parte do Ministério Público, pedido de sigilo. Por isso, o advogado teve acesso ao pedido de busca e apreensão, e se antecipou ao promotor.
Denúncias levaram a investigações por parte do MP, que apurou que a arrecadação dentro da ala evangélica do presídio rendia entre R$ 15 e R$ 30 mil mensais. Os presos que não efetuavam o pagamento do “dízimo”, perdiam as regalias ou eram deixados de castigo.
A mãe de um dos detentos afirmou que o “dízimo” que garante regalias dentro do presídio deve ser paga semanalmente: “Eles são obrigados a pagar dízimo todo domingo. O quanto a gente levar tem que dividir com eles”. Sem se identificar, a mulher afirmou que são representantes da própria Universal que fazem a arrecadação: “Lá dentro são os pastores mesmo. Lá dentro tem os presos que são pastores, que ficam responsáveis em arrecadar [dinheiro] de quem é aqui de fora”, relata.
Ela ainda reforça as denúncias de represália contra quem não contribui: “O preso fica sofrendo represália lá dentro, humilhado, forçado a fazer coisas. Provocam o preso para a briga, tudo isso lá dentro. Inclusive perigoso sair morte, porque é cada um por si. Quem tem parente lá dentro é assim, tem que ficar rezando para não acontecer nada”.
O diretor do presídio afirmou que tentou contornar a situação, porém reafirma que as denúncias contra a Igreja Universal existem: “Nós tínhamos feito algumas reuniões e pedido para eles que mudassem o jeito de tratar os próprios colegas de celas e que parassem de cobrar se por acaso estivessem cobrando essa quantia que eles estavam dizendo. Até agora as denúncias que temos, nada comprovado, é que trata-se da Igreja Universal”.
Fonte: Gospel+

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